terça-feira, 11 de março de 2014

Um dia vou conseguir... lidar com a doença!

Acho que ninguém gosta de estar doente. Dentro das doenças, há as mais graves e as menos graves. Uma constipação não é, por norma, grave. É apenas chata, incomodativa. Não mata, mas mói.

E se, em alturas normais, eu achava que o meu corpo lida mal com a doença (fico mesmo em baixo, sem energia anímica, desmotivada, carente. chata e rabugenta - e afinal isto são sintomas psicológicos....). Agora grávida entendo que até lida muito bem! Porque quando não estamos grávidos tomamos medicação que ajuda o corpo a aliviar sintomas e a reagir à doença. Estando grávida não tomamos (por norma) qualquer medicação e esperamos que o corpo faça o seu trabalho. E eu percebi que o meu faz o seu trabalho muito bem. Espirra, aumenta a temperatura, faz pingar o nariz, tudo cheio de boas intenções para expulsar o que circula a mais cá dentro.

E eu agradeço o meu corpo funcionar tão bem. A sério que sim. Mas incomoda. E chateia saber que serão uns dias assim - mole, incomodada, com dores, a fungar e sem poder fazer muito mais além de confiar que o meu corpo sabe o que faz.

vou ajudando no que posso, banho quente, chás quentes, mel, fruta com vitamina C. Só fujo ao descanso. E o corpo pede, mas eu não consigo. O ritmo a que o habituei já é tanto que nestas alturas parar, mesmo querendo, é muito difícil. É esperar que passe e ir trabalhando. Enquanto trabalho, muito ou pouco, vou produzindo, vou estando ocupada e pensando menos no que incomoda.

portanto, já defini que um dia vou conseguir lidar (melhor) com a doença!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Um dia vou conseguir perceber a lógica...do trabalho!

Lógica do dia, quanto mais se trabalha, mais trabalho nos dão!

Aqui há uns tempos uma directora de uma escola confessava-me: "sabe, eu sei que isto não tem lógica, mas a nossa maneira de reconhecer o trabalho dos professores que realmente desempenham um bom papel é dar-lhes mais trabalho! Parece castigo, mas a verdade é que confiamos mais em quem dá mais provas e acabamos por sobrecarregar os realmente bons. Os outros, que tentam passar despercebidos, acabam por passar mesmo, porque ninguém confia neles, logo ninguém lhes pede mais nada"

Ora isto é mesmo verdade. Quem trabalha bem, quem dá provas da sua competência, quem se esforça, quem dá o litro, quem veste a camisola, quem diariamente investe, acaba por ser "recompensado" com mais trabalho. 

Contra mim falo, quando tenho alguma coisa urgente para fazer, algum recado importante para deixar, algo para delegar, peço sempre às mesmas pessoas: aquelas em quem já confiei (e correu bem), aquelas que já mostraram ser capazes e competentes (e despachadas). Ás outras não peço nada. E realmente, quem menos se esforça menos responsabilidades acumula. Porque temos receio que falhe, que não seja capaz e preferimos fazê-lo nós.

O problema é que quem é bom (apesar de fazer um esforço consciente por perceber que se é solicitado é por ser efetivamente bom) acaba por se cansar de ser sempre chamado "ao trabalho", quando quem está ao lado, nas mesmas condições, acaba por não ter nem metade das responsabilidades.

No fundo até percebo a lógica e reconheço que não tem muita lógica. 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Um dia vou conseguir... trabalhar menos!

Gravidez não é doença. Certo.
Não havendo complicações clínicas associadas à gravidez, podemos fazer uma vida perfeitamente normal. Certo.

É nisto que penso enquanto vou mantendo as atividades "normais". Também é certo que não consigo/ não posso / não devo manter o nível de treino físico que mantinha antes de engravidar. E é certo que já me custam fazer algumas coisas que fazia com facilidade no dia-a-dia. Tenho uma barriguinha que ás vezes atrapalha certos movimentos. Aceito isso muito bem, e re-organizo-me ou adapto-me perfeitamente.

Ao nível de trabalho a coisa complica-se. Isto porque eu não sei trabalhar a meio gás. Não sei diminuir o ritmo ou abrandar. Quer dizer, saber, sei! Conscientemente começo o dia a pensar que vou trabalhar com menos intensidade, tentar fazer apenas uma tarefa de cada vez, fazer pausas frequentes, etc. A meio da manhã dou por mim num multi-tasking quase violento: atendo telefonemas, enquanto dinamizo a página institucional no facebook respondo a e-mails e faço atendimentos individuais (e respiro).

No final do dia dou por mim a pensar que amanhã é que vai ser, amanhã vou ter um dia mais calmo e sossegado. E como é lógico, já devem ter percebido que não, não consigo. A verdade é que estou habituada a um ritmo forte, rápido e intenso e é assim mesmo que gosto. Quando acalma, já estranho. Nos meses mais calmos (que os há - Agosto e Dezembro principalmente) até me incomoda fazer as coisas com calma, mas vou apreciando (o bom tempo e o Natal) com a certeza que Setembro e Janeiro são intensos.

E depois há o raciocínio constante que tenho de fazer para me lembrar que não vou trabalhar (previsivelmente) em Maio e Junho e Julho e Agosto... A maior parte das vezes esqueço-me e começo a programar coisas a longo prazo. E depois lembro-me que não posso. Alias, em Abril já nem devia. Mas a verdade é que dou por mim a querer dar resposta a tudo e mais alguma coisa e esqueço-me que Fevereiro já vai a meio e Março está aí à porta.

Tenho de me lembrar mais vezes disto e pensar que um dia vou conseguir trabalhar menos! Um dia, mas ainda não foi hoje!


JS

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Um dia vou conseguir...entender a lógica da Ordem!

Permitam-me o desabado mais pessoal (menos característico do blog, mas eu avisei que o blog tinha mudado!).

Encontro-me inscrita como membro efetivo da minha Ordem profissional. Logo, tenho de pagar quotas. Pago anualmente um valor X.

Este ano, vou ter de interromper a minha atividade profissional por motivo de licença de maternidade. Questionei a Ordem sobre a possibilidade de suspender a minha inscrição nesse período. A resposta foi clara, mas não lógica. Posso suspender, claro. E o valor a pagar será re-calculado para não incluir os meses de inatividade. MAS, quando reativar a inscrição estou sujeita a pagar um valor Y.

Como já devem ter calculado o motivo do desabado é que o valor Y que me exigem  é superior ao valor que me iria ser reduzido por suspender por os tais meses. Feita as contas, fica-me mais caro suspender a inscrição e depois reabri-la do que manter tudo como está e pagar o ano civil completo (mesmo não exercendo durante os meses da licença).

E pergunto eu: isto tem lógica? Estou com dificuldade em entender a lógica de ter que pagar mais por querer suspender do que fazer de conta que posso exercer. Sou só eu que acho que não tem lógica? Nas outras Ordem também funciona assim?


quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Alguma coisa mudou!

Não sei se a minha vida mudou ou se fui eu que mudei.  A sério que não sei! Não é que eu fosse daquelas pessoas que passavam a vida a queixar-se de tudo e de nada, mas volta e meia lá surgia um ou outro queixume. Podia ser sobre a vida profissional, sobre a vida académica, sobre a vida emocional ou financeira. Não é que tivesse muitos motivos de queixa, mas existiam.


De uns tempos para cá (tenho uma ideia de quando foi, mas não é bem exata) alguma coisa mudou. Ou a vida ou eu. Vá, sendo sincera, eu sei que fui eu que mudei. Não é que não tenha algumas preocupações relativas ao futuro (que tenho e várias!), mas o que antes me ocupava bastante o pensamento, agora já não ocupa assim tanto. De que vale (pré)ocupar-me com o que ainda não aconteceu? Claro que penso no futuro, tenho dúvidas e incertezas, mas habituei-me a conviver muito saudavelmente com elas.


Fruto da vida profissional (e da minha maneira de ser, talvez) contacto com muitas histórias de vida, de muita gente, gente muito diferente. Ouço desabafos, pessoas sem rumo, pessoas cuja vida virou do avesso, desgaste atrás de desgaste, infortúnios, insatisfação, medos e tristezas. Quase sempre encontro pelo meio do discurso algumas oportunidades, alternativas, tento mostrar portas e janelas (e ás vezes apenas buracos de fechaduras). Não é fácil, e por vezes não tenho mesmo mais nada para oferecer além de um sorriso sincero e um voto de confiança (que aprendi que pode fazer toda a diferença no dia daquela pessoa!).


E no meio disto tudo sinto que aprendi a sentir-me imensamente grata pelo que tenho, por quem tenho e mantenho. Aprecio sinceramente a vida como ela é, exatamente da maneira que é. A valorizar as coisas como elas são.


Se podiam ser melhores? Claro que sim!!! Podiam ser piores? Naturalmente! Mas são como são e é exatamente isso que faz de mim ser como sou: imensamente feliz!


P.S. não, não vejo tudo cor-de-rosa e não, também não sou daquelas pessoas otimistas por natureza. A sério que não! Mas alguma coisa mudou ... e ainda bem!


JS

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

"Bom dia!" ... "Não sei onde!"

Ás vezes dou por mim a pensar que as pessoas realmente são um mundo infindável de inspiração para mim.

Hoje, no trabalho, ouvi um senhor a chegar e a dizer, numa voz bem alta e agradável, "Bom dia"! A resposta que ouviu foi um amargo "Não sei onde", e o senhor lá concordou, num tom de voz bem mais baixo, "realmente, com esta chuva". Seguiu-se silêncio. Quão diferente poderia ter sido esta conversa/ interacção se a resposta tivesse sido outra.

Todos os dias assisto a diálogos assim. Alguém que se queixa da chuva. Mas se não for da chuva, é do sol e do calor. Se não for do sol, é do vento, do cansaço, de ter muito que fazer, de não ter nada para fazer, de ter dormido mal, de ter dormindo cedo demais, da crise, de tudo...

Algumas pessoas estão tão centradas no que de menos bom as rodeia, que se esquecem de tudo o resto que têm. E circula por aí um discurso negativo, colado ao que se vê nas notícias, em que impera o desânimo, a insatisfação, a descrença.

Não queria entrar pelo caminho do optimismo / pessimismo, mas assisto cada vez mais a pessoas que insistem num discurso negro, pesado, carregado de amargura. E onde é que esse discurso as leva? A um mundo negro, pesado e carregado de amargura.

E mudando o discurso, mudamos o mundo?

Sim! A verdade é que o "mundo" é uma representação nossa, uma construção nossa feita através do que captamos da realidade. Logo, o nosso discurso pode mudar a nossa representação da realidade. Podemos mudar o nosso mundo!

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Um dia vou conseguir escolher como reagir ao que os outros dizem...

Ontem li uma frase de uma pessoa que admiro bastante e que tento acompanhar o trabalho, o Pedro Vieira. Escrevia ele: "As pessoas podem chamar-te muitas coisas. Isso diz pouco sobre ti e diz muito sobre elas. E isso é válido tanto para os insultos como para os elogios!"

Podia dizer que ontem foi o dia certo para ler esta frase, mas a verdade é que:
1 - eu já a conhecia;
2 - tem sido recorrentes os exemplos em como isto é verdade na minha vida.

Ora vejamos, quando alguém nos diz alguma coisa, sobre nós, sobre o nosso trabalho, sobre o nosso comportamento, está a reflectir sobre nós AS SUAS próprias experiências, as suas próprias expectativas e eu diria mais, o seu próprio mapa mundo - simplificando, a sua perspectiva sobre nós. Isso não diz muito sobre o que nós somos, diz somos o que essa pessoa acha sobre nós. A maneira como ela nos lê (ou nos vê, ou nos sente, ... ).

Como já partilhei aqui, estou grávida. Isso dá azo a comentários diversos sobre a minha barriga! De repente, "toda a gente" (passando o exagero) à minha volta se tornou expert em barrigas de grávida. E acreditem, já ouvi de tudo!

"Tchiii que barriga tão grande, são gémeos?"
"Ai, estás enorme! Estás no fim do tempo?"
"Bem, vais ter uma bebé enorme, se já estás assim"
"Não vais chegar ao fim do tempo com essa barriga"
e a mais recente...
"ISSO ainda vai crescer mais?"


ora bem, ISSO é a minha barriga, obrigado! e vai crescer o que tiver de crescer tendo em consideração que não sou propriamente eu que decido o tamanho que ela vai ter. Ontem vi também comentários a outra barriga de futura mamã em que os comentários eram exactamente os opostos:

"estás grávida? nem tinha reparado, estás de pouco tempo, não?" (está de 7 meses)
"ui que barriga tão pequenina, o bebé nem deve ter espaço!"
"vais ter um bebé tão pequenino"
"nem te deves sentir grávida, pois não?"

Portanto, com isto concluo que há um tamanho certo de barriga de grávida. A sério! Nunca me tinha apercebido disso. Mas faz todo o sentido, se umas são grandes demais e outras pequenas demais, algures aí pelo meio deve haver o tamanho certo de barriga. E eu que nem suspeitava disso!! :)

Ora, se estes comentários reflectem mais sobre a pessoa do que sobre mim, fico bastante mais descansada. Se calhar a pessoa está a dizer que a barriga é grande ou pequena COMPARATIVAMENTE À dela. Ok, tem uma (ou mais, consoante o número de filhos) experiência de barrigas, com um determinado tamanho e usa como termo de comparação. 

A parte engraçada é que alguns comentários destes são feitos por homens! O que quererá isso dizer sobre eles? hi hi hi

Brincadeira à parte, a questão principal é que isto é valido para barrigas de grávidas, para decisões que tomamos na nossa vida, para atitudes que temos no trabalho, para a maneira como decidimos viver a nossa relação... e tudo o resto.

Um dia vou conseguir...escolher como reagir ao que os outros dizem! Porque no fundo é disso que se trata. Posso escolher ficar ofendida, ou escolher ficar satisfeita ou escolher que me seja indiferente. Posso escolher como me sentir acerca disso e como reagir!

E eu para já escolho sorrir e guardar para mim estes pensamentos!

JS